quarta-feira, 26 de setembro de 2012


Palavra de Guri


BOLEADEIRA


Com
Lucio Heleno Trombetta
1º Guri Farroupilha
CTG Sentinela da Coxilha



Boleadeira é uma espécie de funda, uma arma muito utilizada pelo gaúcho, criada em meados de 1603 para caçar nas grandes pradarias do pampa riograndense, uruguaio e argentino. Era lançada nos pés do animal enquanto ele corria, causando-lhe assim, a queda e possibilitando ao caçador ir ao local dessa queda e matar o animal.
A boleadeira é composta de bolas metálicas ou pedras arredondadas (bolas ou boleadoras em castelhano) amarradas entre si por cordas, tendo em cada uma das extremidades, uma das bolas.
Lançadas girando sobre si, elas vão ao encontro do alvo, geralmente as pernas de um animal quadrúpede, que leva um tombo na hora, ficando imobilizado. Usada normalmente na captura do gado na campanha, as boleadeiras também foram, mais tarde, utilizadas na guerra.
A boleadeira de duas bolas, ou nhanduzeira (avestruzeira) é utilizada para caça, especialmente do nhandu ou ema, enredando-se nas patas do animal quando lançada. Também foi usada pelos índios nas guerras, para enredar as patas dos cavalos montados pelos conquistadores, causando a queda dos dois e possibilitando o ataque e morte do cavaleiro.
Ao que tudo indica, a boleadeira de três bolas - também chamada de Três Marias - foi criada com base na boleadeira de duas bolas dos índios, pelos homens do pampa. Ela também tem seu uso principal na caça, sendo utilizada eventualmente na guerra, da mesma forma que a de duas bolas. Era um utensílio muito utilizado para capturar os animais de pequeno e médio porte.

Patrão Gentil Santo Andreolla, 1º Guri Lucio Trombetta e o Tradicionalista Paulo Domingos Savaris

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