segunda-feira, 10 de setembro de 2012


                                           Palavra de Guri           


O Cavalo


Com
Igor Dalmolin
2º Guri Farroupilha do CTG Sentinela da Coxilha


        O cavalo crioulo, carinhosamente chamado de pingo pelo gaúcho, é um dos símbolos do Rio Grande do Sul, por isso, resolvi falar dele.
         Antigamente, o cavalo era um meio de transporte normal e também era muito usado para os agricultores trabalharem na roça, mas agora ele não é mais muito usado como meio de transporte e de instrumento de trabalho, ele foi substituído por carros, motos, tratores...
         Agora quem tem cavalo são, na maioria, só os que gostam da tradição gaúcha. Eles usam para rodeios, cavalgadas, passeios, para tocar e olhar o gado.      Eu uso o cavalo para passeios. Vou à casa de meu avô, encilho o cavalo e vou passear pelo interior.
         Agora vou ensinar como se encilha o cavalo:

Buçal: Lembre-se, a primeira parte da encilha é o buçal. Sempre pegar o cavalo pelo cabresto. É errado colocar o freio antes de qualquer parte da encilha e também segurar e amarrar o pingo pela rédea. Uma boa escova antes de começar a encilha deixa o pelo mais bonito e ajuda a tirar gravetos que ficam no lombo do cavalo ocasionando um possível ferimento.

Freio: Sempre coloquei por segundo, pois quando se coloca o freio o cavalo sente que o peão já tem domínio sobre ele e se aquieta.

Baixeiro/Xergão:A primeira peça que vai ao lombo do cavalo, de lã de ovelha que serve pra confortar os arreios no lombo do cavalo.

Carona: É usada depois do baixeiro, com a finalidade do suor do cavalo não passar pro basto, evitando um possível apodrecimento.

Basto: O basto é um dos arreios mais usados, é bem simples composto por costura, cabeça e os bastos.Tem uma parte que é conhecida como estribeira, espelho e travessão, já ouvi estas últimas duas em diferentes partes do estado, pendurado na argola do espelho estão os loros e abaixo os estribos.

Cincha: Composta por travessão, barrigueira, látego (para apertar) e sobre látego (para regular) na barriga do cavalo. Peonada, não coloquem a barrigueira muito pra frente porque pode assar, e nem muito pra trás, porque além de tirar o fôlego do cavalo pode correr para trás e afrouxar os arreios. Deixem a barrigueira no “osso do peito” do cavalo.

Peiteira: Antes de apertar a cincha, coloca-se a peiteira e prende-se ela nas argolas da cincha. Esta peça é usada geralmente em regiões onde o relevo é mais acidentado, como a Serra Gaúcha, com a finalidade dos arreios não correr para trás.

Pelego: Usado bastante o preto da ovelha crioula, que serve pra um maior conforto pro peão, bom lembrar que antigamente o pelego serviu de colchão pros antigos tropeiros, e ainda serve.

Sobre Cincha: Composta também por travessão, barrigueira, látego e sobre látego e cinchador (esta peça que diferencia a cincha) é ali onde é apresilhado o laço do peão, só para salientar mesmo, o antigo cinchador é um couro e uma argola na ponta preso na argola da cincha, hoje em dia é comum ver uma peça chamada “destorcedor” no lugar do cinchador  onde facilita pra destorcer o laço. Lembre-se de no entrevero explicar o que é realmente um cinchador.

Igor Dalmolin encilhando o cavalo do seu avô paterno.

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